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Senegaleses protestam contra roubo de peixes por navios "estrangeiros"

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13 Julho 2011

Dezenas de canoas dançam um balé de cores vivas diante da praia de Mbour, 80 quilômetros ao sul de Dacar, na segunda-feira, 4 de julho. Jovens de capa amarela, com água até o peito, levam na cabeça pesadas caixas de bagres. Na praia transformada em mercado permanente e sob o teto de concreto do cais pesqueiro, com um odor opressor, centenas de mulheres e homens estendem polvos, crustáceos e pargos sob um sol escaldante. No entanto, houve quem voltasse para casa de mãos vazias.

“Não foi um dia muito bom para a pesca”, observa Abdoulaye Ndao, proprietário de uma canoa de 22 metros: “Até pouco tempo atrás voltávamos com as redes cheias, mas há cada vez menos peixes”.

A reportagem é de Grégoire Allix, do Le Monde, e publicada pelo Portal Uol, 14-07-2011.

Um fato confirmado por Gaoussou Gueye, da Associação para a Promoção e a Responsabilização dos Atores da Pesca Artesanal em Mbour: “Nesta primavera, a falta de peixes causou graves problemas alimentares e uma queda nos rendimentos. Os pescadores tiveram de reduzir os gastos com saúde e educação.”

A origem dessa carência é confirmada por todos: os “navios russos”. Na verdade, 21 pesqueiros-congeladores  gigantes de bandeira estrangeira (oito deles russos), aos quais o ministro da Economia Marítima, Khouraichi Thiam, vendeu licenças de pesca de pequenos peixes pelágicos – sardinhas, carapau, cavalinha...

Uma provocação para os pescadores senegaleses, uma vez que os estoques de peixes já vêm sofrendo com o excesso de pesca. “Esses pequenos peixes pelágicos são a base de nossa segurança alimentar”, afirma Gueye.

No Senegal, a pesca artesanal e suas 15 mil canoas totalizam 80% das capturas. Pescadores, atacadistas, processadores... o setor dá trabalho a mais de 600 mil pessoas. Vindo de Dacar, de Kayar, de Saint-Louis e de Joal, esse pequeno mundo se reuniu em Mbour, no dia 4 de julho, para manifestar sua preocupação  e sua raiva. “Não temos peixe o suficiente para vender aos navios estrangeiros”, resume Abdoulaye Ndao.

Encarregado de levar até eles a palavra do Estado, o governador do departamento de Mbour, Alyoune Badara Diop, em seu uniforme cáqui, quis tentar tranquilizá-los: “Não há ameaças aos recursos, os pesqueiros atuam nas zonas de alto mar inacessíveis às canoas” .

Uma piada, acredita Bara Sow, representante do Sindicato Autônomo dos Marinheiros: “Esses pesqueiros fazem constantes incursões pelas zonas reservadas à pesca artesanal. Alertamos as autoridades, mas eles não fazem nada!” O governo apresenta outro argumento: se ele não vender essas licenças, os países vizinhos é que embolsarão todos os cardumes que migram ao longo da África Ocidental. Essas águas, entre as mais ricas em peixes do mundo, atraem centenas de navios europeus, russos e asiáticos. Uma corrida pelo ouro dos mares, enquanto ele ainda existe: em todo o planeta, o excesso de pesca está esgotando os recursos. “O peixe se tornou uma questão estratégica e geopolítica”, analisa Stéphan Beaucher, da ONG Ocean 2012, para quem “a corrida ao peixe poderá terminar em guerra do peixe”.

Da mesma forma que elas compram na África milhares de hectares de terras cultiváveis, as grandes economias mundiais brigam pelo acesso aos oceanos do continente. Essa monopolização, por um preço irrisório – 7,6 milhões de euros pelas 21 licenças do Senegal, ou seja, 24 euros por toneladas de peixe - , alimenta as suspeitas de corrupção. “Esse dinheiro não irá para os cofres públicos, ele servirá para financiar a campanha do candidato do governo às eleições presidenciais de 2012”, afirma Moustapha Dieng, representante do Sindicato da Pesca Artesanal de Saint-Louis.

Há revolta em toda a África Ocidental. Seriam quantos esses navios-fábricas que vasculham os mares africanos? Só a União Europeia possui quase 500 navios de pesca fora das águas da comunidade: 160 no Marrocos, 100 na Mauritânia, 60 na Guiné-Bissau, cerca de 40 na Costa do Marfim...

A eles devem-se somar os pesqueiros-congeladores russos, japoneses, coreanos ou os que navegam com bandeiras de conveniência (Belize ou Kiribati). Sem esquecer, é claro, dos chineses. “Até meados dos anos 2000, a China operava na África com verdadeiras geringonças; hoje, eles investem em navios ultramodernos”, observa Stéphan Beaucher.

O mais preocupante é que, depois de se interessarem exclusivamente pelas espécies de alto valor comercial, como o polvo ou o carapau, agora os navios estrangeiros pescam de tudo. “Há alguns meses as frotas chinesas e russas vêm correndo atrás dos pequenos peixes pelágicos africanos para utilizá-los em farinhas destinadas à aquacultura”, afirma Béatrice Gorez, coordenadora da Coalizão por Acordos de Pesca Justa, em Bruxelas.

No Senegal, cujo acordo de pesca com a União Europeia se encontra congelado desde 2006, o monopólio sobre o peixe assumiu uma forma mais insidiosa. “Cerca de trinta pesqueiros europeus têm pescado no Senegal sob bandeira nacional, através de sociedades mistas obscuras”, acredita Béatrice Gorez.

Para resistir à concorrência desses pesqueiros, os pescadores artesanais têm se conscientizado de que precisam modernizar suas ferramentas de gestão e sua infraestrutura sanitária. No cais pesqueiro de Mbour, é ainda em terra que se negocia o preço do peixe destinado à exportação, ao passo que a sala de vendas com cara de laboratório, financiada pela União Europeia, permanece em desuso.

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